domingo, 10 de março de 2013

(In)completos

Não entendo essa ideia de que as pessoas precisam do outro para se sentirem completas. Como quando alguém pergunta: "O que você viu no X?" "O que faltava em mim."
Ok, digamos que você e o X não estejam "destinados" a ficar juntos e, um belo dia, o X vai embora. A partir desse dia, você se torna uma pessoa incompleta? Ou ainda: você sempre foi uma pessoa incompleta até o X aparecer? E nunca mais vai aparecer alguém que te complete como ele? 

Mas aí aparece o Y e ele também te completa, tanto ou até mais que o X. Aliás, quem é X mesmo? 

Somos uma peça, que precisa de outra peça de encaixe, que pode ser substituída em caso de perda. Que pecinhas ordinárias nós somos, hein? 

Mas há os que nunca substituem. Ou o fazem, mas o encaixe não é mais perfeito. Estes são os incompletos. São? Será que enquanto eu não tiver um X ou Y eu serei incompleta? Será que é muito otimista da minha parte achar que as pessoas são completas por si só e que o outro vem pra acrescentar? Será que somos todos um copo meio vazio e que se não tiver alguém que nos encha permaneceremos meio vazios? Ou será que já somos todos copos cheios querendo transbordar?

Não sei. Acredito sim que todo mundo precisa de alguém. Ou uma hora iremos precisar. Não discordo de Mário Quintana quando ele diz que "As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida." Concordo com a ideia mas, pra mim "completar" não é bem a palavra. Completar pra mim é colocar uma parte que falta. Não acho que falta um pedaço que será trazido pelo outro, e que depois possa vir a ser tirado por ele. Penso que somos uma peça, que se encaixa com outras peças: com elas formamos uma peça maior; sem elas, continuamos sendo uma peça. Acho que damos valor excessivo à presença do outro em nossa vida ao mesmo tempo que subestimamos nossa própria grandeza.

terça-feira, 5 de março de 2013




pa.ci.ên.cia
sf (lat patientia) 1 Qualidade de paciente. 2 Virtude de quem suporta males e incômodos sem queixumes nem revolta. 3 Qualidade de quem espera com calma o que tarda. (...)

Rabisco mentalmente sempre que necessário. Se for preciso vou rabiscar nos cadernos, nas paredes, no espelho, no corpo. "Respira, conta até 10, fala baixo, vira as costas, sossega. Lê os rabiscos: PACIÊNCIA, PACIÊNCIA, PACIÊNCIA..."